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Ronda Policial Operação Rapta

Suspeitos de sequestrar e matar jovem militar em Canoas são alvo de ofensiva da Polícia Civil - RD Foco

Leonardo Machado de Menezes, 20 anos, não tinha antecedentes criminais e havia recém entrado na Força Aérea Brasileira.

10/07/2025 às 16h45 Atualizada em 10/07/2025 às 16h45
Por: Jornalismo Fonte: GZH
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Imagens mostram quatro homens sequestrando a vítima, que foi colocada no porta-malas do carro. Polícia Civil / Reprodução
Imagens mostram quatro homens sequestrando a vítima, que foi colocada no porta-malas do carro. Polícia Civil / Reprodução

A Polícia Civil realizou nesta quinta-feira (10) uma operação para prender envolvidos no sequestro e morte de um morador de Canoas, na Região Metropolitana. Leonardo Machado de Menezes, 20 anos, foi raptado e executado a tiros. O corpo dele foi encontrado em Sapucaia do Sul na madrugada de 25 de fevereiro.

Segundo a investigação, ele tinha recém ingressado na Força Aérea Brasileira (FAB) e não tinha antecedentes criminais. O caso é da 2ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul.

Chamada de Rapta, a operação resultou no cumprimento de 16 ordens judiciais, sendo seis prisões temporárias e 10 mandados de busca e apreensão em Canoas, Porto Alegre, Viamão e Charqueadas, na Região Metropolitana, e Osório, no Litoral Norte.

Oito pessoas são apontadas como participantes do crime. Duas foram presas na operação desta quinta-feira, enquanto outras duas, incluindo a namorada da vítima, já tinham sido detidas durante as investigações.

Três alvos estão recolhidos no sistema prisional por inquéritos distintos. O oitavo suspeito de envolvimento no crime não foi localizado pelos agentes. A polícia não divulgou os nomes dos investigados.

A conclusão é que a morte esteja relacionada à convivência da vítima com pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Os sequestradores queriam obter informações da facção rival, pois achavam que Leonardo fizesse parte do grupo criminoso compostos por seus amigos.

— Ele vivia com os pais e era descrito como uma pessoa sem inimigos ou participação em atividades ilícitas. Mantinha amizades de infância com indivíduos vinculados a uma facção. Ele gostava de ostentar, nas redes sociais, em tom de brincadeira, o dinheiro fácil e o tráfico de drogas. O comportamento, somado às companhias, era interpretado como um sinal de afiliação criminosa — explica o delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM).

Os policiais também identificaram que a vítima mantinha relacionamentos com mulheres ligadas a facções, aliadas ou não ao grupo criminoso dos amigos. A análise de conversas de WhatsApp indica que no momento do crime, Leonardo havia marcado um encontro com a namorada na casa dele. 

A mulher era vinculada a uma facção que atua em Canoas, além de ter relacionamentos anteriores com membros da mesma organização criminosa. Imagens obtidas pela polícia mostram a suspeita chegando de carro com os sequestradores na casa do jovem.

— Ficou claro que ela foi a "isca" para atrair Leonardo para a emboscada — resume o delegado.

O carro utilizado no sequestro, um Fiat Argo, foi localizado em um condomínio de Canoas, um local conhecido como reduto da facção. O veículo tinha placas clonadas. Respingos de sangue foram encontrados no porta-malas, além de um chinelo semelhante ao perdido por um dos sequestradores no momento do rapto.

O dono do carro foi identificado como um apenado que utilizava tornozeleira eletrônica e tinha inúmeros registros policiais, como roubo, furto, ameaça, lesão corporal e adulteração de sinal de veículo. Ele também participava da facção, segundo a polícia.

— Imagens de monitoramento mostraram o Fiat Argo sendo estacionado no condomínio. Nas imagens, o suspeito e mais dois indivíduos analisavam o veículo, principalmente a traseira e o porta-malas, utilizando lanternas e tirando fotos, indicando preocupação com possíveis avarias ou vestígios — detalha Reschke.

O corpo da vítima foi localizado na Rua São Miguel, em Sapucaia do Sul, próximo à entrada da RS-118. A perícia identificou múltiplas agressões e mais de 20 perfurações de tiros de pistola no cadáver.

Em depoimento, a suspeita confirmou ser a mulher do vídeo do sequestro e afirmou ter sido obrigada a participar pelos planejadores do crime, sendo um deles o seu ex-namorado. Ela relatou que os autores usaram outro carro para o rapto e que eles estavam em videochamada com outros indivíduos, questionando Leonardo sobre rivais.

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