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Governadores reagem ao tarifaço de Trump contra o Brasil - RD Foco

Medida dividiu opiniões entre os parlamentares, com ataques à gestão de Lula por apoiadores de Jair Bolsonaro e defesa do atual governo por aliados.

10/07/2025 às 16h04
Por: Jornalismo Fonte: GZH
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Lula promete retaliar medidas de Trump. Montagem sobre foto / Marina Ramos / Câmara dos Deputados / SAUL LOEB / AFP
Lula promete retaliar medidas de Trump. Montagem sobre foto / Marina Ramos / Câmara dos Deputados / SAUL LOEB / AFP

Anunciada na quarta-feira (9), a decisão de Donald Trump de impor 50% de tarifas adicionais aos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos dividiu opiniões entre os parlamentares brasileiros. Governadores de diferentes Estados se manifestaram nesta quinta-feira (10), com opiniões a favor e contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD) destacou que o Brasil não pode aceitar interferência de um outro país sobre suas decisões e instituições. 

"As instituições são feitas por pessoas, as pessoas, os seres humanos, são falíveis. Falham, erram, acertam e, naturalmente, nós temos muitas virtudes e tantos defeitos nas nossas próprias instituições, mas quem define e corrige as nossas instituições somos nós, os brasileiros, e não interferências de fora do país, isso não pode ser aceito de maneira nenhuma", diz trecho de nota enviada ao g1 RS (veja na íntegra abaixo).

Para o governador do Estado paulista, "a responsabilidade é de quem governa". Em publicação na rede social X, ele acusou Lula de colocar suas ideias políticas acima da economia do Brasil.

"Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil", escreveu (veja completo abaixo).

Governadores alinhados com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL-RJ) culpam a atual gestão pela situação, citando instabilidade nas ações do governo. Por outro lado, parlamentares da base governista defendem Lula. Eles se pronunciaram nas redes sociais.

 

O que dizem os governadores

 

 

Eduardo Leite (PSD), Rio Grande do Sul

 

"Em primeiro lugar, destacar que não podemos aceitar tentativas de interferência de um outro país sobre as nossas decisões, das nossas instituições brasileiras.

As instituições são feitas por pessoas, as pessoas, os seres humanos, são falíveis. Falham, erram, acertam e, naturalmente, nós temos muitas virtudes e tantos defeitos nas nossas próprias instituições, mas quem define e corrige as nossas instituições somos nós, os brasileiros, e não interferências de fora do país, isso não pode ser aceito de maneira nenhuma.

De outro lado, a gente observa o quanto que essa polarização radicalizada na política gera impactos negativos para o nosso país e a gente assiste um debate de tentar lançar culpados para cá ou para lá, quando, na verdade, o país deveria estar debruçado sobre ter negociações diplomáticas pragmáticas preservando o interesse nacional.

A gente acompanha ainda, são incipientes (...) as informações que se tem, na forma como vão se aplicar essas tarifas. O Rio Grande do Sul também tem negócios importantes que envolvem desde exportação para nós principalmente do tabaco, armas de fogo, tem pasta de celulose, de madeira, enfim, que são exportadas para os Estados Unidos.

Vamos acompanhar tudo isso para ver os efeitos, impactos e naturalmente as ações possíveis no âmbito local, de maneira a garantir competitividade e menor impacto possível, mas eu lamento que a gente observe uma tentativa de interferência dessa natureza no nosso país e ressalto mais uma vez que essa polarização política radicalizada está mais uma vez demonstrando o quanto que ela fere os interesses do país."

 

Tarcísio de Freitas (Republicanos), São Paulo

 

"Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema".

 

Romeu Zema (Novo), Minas Gerais

 

"As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF. Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil".

 

Jerônimo Rodrigues (PT), Bahia

 

"O Brasil não é quintal de ninguém. O presidente dos EUA, com essa decisão, taxa e castiga o setor produtivo brasileiro, que gera empregos e já tinha contratos fechados. Enquanto Lula trabalha para taxar as grandes fortunas, há quem jogue contra e prefira taxar o Brasil.

Somos um país soberano, guiado pelo respeito e pela dignidade. Não aceitaremos chantagem nem tutela de lugar nenhum. A Bahia está de mãos dadas com o Brasil e com o presidente Lula.

A terra do 2 de Julho não abre mão do respeito ao nosso povo, da nossa independência e da nossa soberania. A gente tem lado: o lado do povo brasileiro e da democracia. RESPEITE O BRASIL!"

 

Ronaldo Caiado (União), Goiás

 

"O presidente Lula não está fazendo nada fora do script. Pelo contrário, segue à risca o que Hugo Chávez fez na Venezuela, ao afrontar gratuitamente o governo americano.

Lá, ao sofrer represálias como as aplicadas agora ao governo brasileiro, Chávez ressuscitou Bolívar e conclamou o enfrentamento aos americanos em nome da soberania e veja o que aconteceu àquele país. Aqui, o Lula, de caso pensado, declara uma guerra contra o Congresso Nacional, tenta deflagrar uma luta de classes entre ricos e pobres (depois de ter assaltado os aposentados) e sai em ataque ao presidente dos Estados Unidos, país que sempre foi nosso aliado.

Com as medidas tomadas pelo governo americano, Lula e sua entourage tentam vender a tese da invasão da soberania do Brasil. Mas Lula não representa o sentimento patriótico do nosso povo, e muito menos tem credenciais para defender a soberania brasileira.

Lula já se ajoelhou ao narcotráfico e quer de toda maneira se aliar aos países que são verdadeiras tiranias sustentadas pelo ódio, a corrupção e o terrorismo. O que nos cabe fazer diante da gravidade do momento seria a criação de uma Comissão de Parlamentares, da Câmara e do Senado, com a missão de abrir diálogo com o governo americano.

E esclarecer ao povo dos Estados Unidos que não confundam declarações do Lula com o pensamento do povo brasileiro."

 
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