O Sistema Único de Saúde (SUS) vai disponibilizar dois novos tratamentos hormonais para endometriose, doença que atinge entre 5% e 15% das mulheres brasileiras "em idade reprodutiva", segundo o Ministério da Saúde. O dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) e o desogestrel, que inibem o crescimento do endométrio fora do útero, serão fornecidos gratuitamente na rede.
Os novos tratamentos estarão disponíveis nos próximos meses. As portarias que asseguram o fornecimento dos medicamentos foram publicadas em 29 e 30 maio, com prazo de até 180 dias para viabilizar o oferecimento de ambas as opções, conforme o g1.
O DIU-LNG é indicado para mulheres com restrição ao uso de contraceptivos orais combinados e evita o crescimento do endométrio fora do útero. O sistema necessita de troca a cada cinco anos.
Já o desogestral é de uso oral, com atuação hormonal, que inibe a ovulação e pode ser prescrito durante a fase de avaliação clínica da doença. Desta forma, também impede o crescimento endometrial fora do útero.
O que é endometriose
A endometriose afeta cerca de 10% (190 milhões) de mulheres e meninas em idade reprodutiva em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença faz com que um tecido semelhante ao revestimento do útero cresça fora do órgão. Não há cura, mas os sintomas podem ser tratados com medicamentos ou, em alguns casos, com cirurgia.
Alguns sintomas característicos da endometriose são:
- Dor pélvica crônica
- Sangramento intenso durante os períodos ou entre os períodos
- Dificuldade para engravidar
- Inchaço ou náusea
- Fadiga
- Depressão ou ansiedade
Outros tratamentos disponíveis no SUS
O Sistema Único de Saúde oferece tratamento integral para a mulher com endometriose. Dados do Ministério da Saúde indicam o crescimento de 30% no atendimento de pacientes com a doença nas unidades de atenção primária.
Foram realizados no SUS 85,5 mil atendimentos de casos relacionados à doença entre 2023 e 2024. Atualmente, há dois métodos de tratamentos disponíveis:
- Clínico: com terapia hormonal, através da administração de medicamentos como contraceptivos orais, analgésicos e anti-inflamatórios
- Cirúrgico: com videolaparoscopia — que remove focos da doença, laparotomia e abertura do útero — e histerectomia, a remoção total do útero