A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta terça-feira (8) um mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), na Câmara dos Deputados. A ação faz parte de investigação de uma organização criminosa suspeita de fraudes e desvio de recursos públicos no Ceará.
Segundo as informações, endereços ligados ao parlamentar em Brasília e no Ceará foram alvo da operação. De acordo com a PF, o núcleo investigado é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas.
Em comunicado à imprensa, a defesa de Júnior Mano negou quaisquer irregularidades e afirmou que não tem participação em processos licitatórios, "ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos". Leia a nota completa abaixo.
"Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras", afirma a defesa. "Ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta."
Foram cumpridos 15 mandados de busca, autorizados pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio, no Ceará, e em Brasília, no Distrito Federal. Também foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões de contas bancárias dos investigados e a quebra de sigilo de celulares apreendidos na ação.
Como funcionava o esquema
O grupo criminoso articulava o envio de verbas públicas a determinados municípios no Ceará e, em troca, parte dos recursos era desviado para pagamentos ilegais.
Segundo a PF, a organização criminosa ainda é suspeita de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo.
Quem é Júnior Mano
O deputado federal Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior (PSB-CE), 40 anos, é natural de Nova Russas, no interior do Ceará. Ele foi o segundo parlamentar mais votado do Estado em 2022, com mais de 216 mil votos.
Até 2024, era filiado ao Partido Liberal (PL), mas foi expulso a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro por participar de um evento da campanha de Evandro Leitão (PT) à prefeitura de Fortaleza.
O deputado Júnior Mano não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.
Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.
O parlamentar reafirma sua confiança nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciária Federal, e reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública.
Tem plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta.
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