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Irmãs indígenas resgatadas em Porto Alegre ficarão sob cuidados de outra família da mesma aldeia, decide Justiça

04/07/2025 às 15h21 Atualizada em 04/07/2025 às 15h35
Por: Depto de Jornalismo . Fonte: G1 RS
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Crianças foram resgatadas em dia de baixas temperaturas em Porto Alegre — Foto: Divulgação/ Guarda Municipal de Porto Alegre e Reprodução/ RBS TV
Crianças foram resgatadas em dia de baixas temperaturas em Porto Alegre — Foto: Divulgação/ Guarda Municipal de Porto Alegre e Reprodução/ RBS TV

As duas crianças indígenas resgatadas em situação de abandono no Centro de Porto Alegre ficarão sob os cuidados de outra família, da mesma aldeia guarani onde moravam, decidiu o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (3).

O caso ocorreu na segunda-feira (30), um dos dias de menor temperatura do ano na capital. As crianças são irmãs. Relembre o caso abaixo.

A Juíza da Infância e Juventude Tânia da Rosa decidiu que as crianças deverão ser acompanhadas pelos serviços de proteção social e passarão por uma avaliação técnica feita por um antropólogo indicado pela Justiça.

De acordo com o TJRS, a família tem "melhores condições de garantir a integral proteção dos direitos delas".

Investigação

Até o início da tarde de quinta-feira, o delegado Raul Vier informou que já tinha ouvido duas pessoas. A primeira foi um homem que se apresentou como pai das crianças, mas que não falava português, apenas guarani, e não estaria portando nenhum documento que comprovasse o vínculo com as menores. Já a segunda pessoa ouvida foi um homem que teria se identificado como tradutor do suposto pai, porém também não teria conseguido fornecer muitos detalhes sobre a situação.

Conforme Vier, é investigada suspeita de abandono de incapaz.

Uma terceira pessoa resgatada, inicialmente tratada como adolescente pelas autoridades, é maior de idade e também deve ser ouvida.

"A Polícia Civil segue com as diligências investigativas em andamento, respeitando os direitos fundamentais e os costumes da comunidade indígena envolvida, e reitera seu compromisso com a proteção integral de crianças e adolescentes", diz a manifestação da instituição.

O caso

Conforme a Guarda Municipal, pedestres que passavam pelo Centro Histórico, nas proximidades da Praça Montevidéu, perceberam a situação e acionaram os agentes. As crianças estavam em uma calçada e vestiam poucas roupas, segundo os relatos.

"A criança menor estava caída no chão, com o corpo tremendo, muco no rosto e queimaduras de frio nas mãos e face. Outra criança, também com sinais de hipotermia, estava encolhida em um canto. Ambas vestiam apenas uma calça e um casaco fino, insuficientes para protegê-las do frio intenso", relata a GM.

A equipe levou as resgatadas à Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca) da Polícia Civil. Foi registrado boletim de ocorrência, e o Conselho Tutelar foi acionado. Elas foram encaminhadas a um abrigo.

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