A partir desta quinta-feira (3) começa no Rio Grande do Sul o vazio sanitário da soja. O período se estende até 30 de setembro e indica a janela em que não podem ser mantidas plantas vivas da cultura — incluindo as guaxas, que podem surgir de forma "espontânea".
A medida serve como ferramenta de controle da ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, e que compromete a produtividade, causando grandes perdas.
— O objetivo é que não tenham plantas vivas de soja em todo o território (gaúcho), para evitar a permanência do fungo na safra seguinte. Em diminuindo a população de soja, reduzimos a proliferação desse fungo — explica Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura do Estado.
O calendário de 90 dias do vazio sanitário foi estabelecido por meio de uma portaria do Ministério da Agricultura. Esse período sem plantas vivas varia de região pra região.
Presidente da Associação dos Produtores de Soja do RS (Aprosoja-RS), Ireneu Orth lembra que, em anos de inverno mais rigoroso, esse controle acaba ocorrendo de forma natural. O frio e fenômenos como a geada acabam por eliminar plantas espontâneas de soja que eventualmente venham a surgir.
— A importância do vazio é para evitar doenças na planta e a proliferação de insetos — reforça Orth.
Felicetti diz que cabe à secretaria o papel de monitoramento e fiscalização das plantas guaxas, prestando serviço de orientação e esclarecimento aos produtores. E em relação ao à ferrugem asiática, recomenda ainda "a rotação de ingredientes ativos no controle, para que o fungo não adquira resistência":
— É importante que se consulte consulte um engenheiro agrônomo.
O Estado também tem um programa de monitoramento de esporos de ferrugem asiática da soja nas regiões de produção, que pode ser consultado aqui.
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