O calorão do outono — que, como mostram os termômetros, já ficou no passado — trouxe impactos à produção gaúcha de leite. É o que revela o comunicado agrometeorológico divulgado nesta segunda-feira (30) pela Secretaria Estadual da Agricultura. Conforme o levantamento, em março, a produção diária da matéria-prima pode ter caído até 24% nas vacas de maior rendimento. O mês registrou a maior média de temperatura no trimestre.
Pesquisadora, médica veterinária e uma das autoras do estudo, Adriana Tarouco explicou que “essa combinação de calor e umidade acionou mecanismos fisiológicos de termorregulação nas vacas, desviando energia da produção de leite para a manutenção da temperatura corporal”.
Para o levantamento, o estudo utilizou o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) para avaliar o conforto térmico dos bovinos leiteiros e estimar as perdas na produtividade associadas ao estresse térmico, entre março e maio deste ano.
Com a chegada de massas de ar frio, em abril e maio, o cenário melhorou, as temperaturas oscilaram entre 15°C e 25°C, e a umidade relativa variou entre 64% e 91%. Os bovinos permaneceram, em média, 89,5% do tempo em conforto térmico em abril e 92% em maio, segundo o ITU.
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