Gramadozoo registra primeiro nascimento de tamanduá-bandeira em cativeiros do Rio Grande do Sul - RD Foco

O Gramadozoo, em Gramado, registrou um feito inédito no Rio Grande do Sul: o nascimento de um tamanduá-bandeira em cativeiro.  Segundo a assessoria de imprensa do zoológico, o acontecimento representa um marco para a conservação da espécie, que é considerada criticamente em perigo no território gaúcho.

O parto ocorreu no dia 14 de junho, mas o filhote só foi apresentado ao público nesta terça-feira (1º). Com cerca de 1,5 quilo, o recém-nascido está sob os cuidados da mãe e é acompanhado de perto pela equipe técnica do zoológico. O monitoramento inclui pesagens diárias e controle rigoroso da temperatura corporal — que, no caso dos tamanduás, é naturalmente mais baixa do que a de animais domésticos.

— A temperatura média do tamanduá gira em torno de 34°C, enquanto a de um cachorro, por exemplo, é de aproximadamente 38°C — explica a bióloga Isabela Kirch Stein.

Segundo a especialista, os pais do filhote são animais resgatados. O macho chegou ao Gramadozoo em 2021, vindo do zoológico de São José do Rio Preto (SP). Já a fêmea foi encaminhada em dezembro de 2024 pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres da Unesp, após ser resgatada em Cesário Lange, também no interior paulista.

Segundo Isabela, o nascimento do filhote reforça o papel dos programas de manejo e reprodução em cativeiro como estratégias complementares na preservação da biodiversidade.

— Após mais de 130 anos sem registros oficiais no Estado, o tamanduá-bandeira voltou a ser avistado no Parque Estadual do Espinilho, no bioma Pampa. Acreditamos que isso esteja relacionado a esforços de reintrodução da espécie na Argentina, que podem estar ajudando na expansão da população em direção ao sul do Brasil — destaca Isabela.

Espécie emblemática da fauna brasileira, o tamanduá-bandeira ocorre em todos os biomas do país, mas enfrenta ameaças crescentes, como perda de habitat, atropelamentos e incêndios. Está classificado como "Vulnerável" na Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).