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Ex-PM condenado por morte de boxeador no litoral gaúcho é preso após mais de um mês foragido

10/06/2025 às 15h45 Atualizada em 10/06/2025 às 15h49
Por: Depto de Jornalismo . Fonte: Gaúcha ZH
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Faixas foram colocadas em frente ao fórum na época do julgamento do caso, em 2019. Foto: Tribunal de Justiça / Divulgação / Divulgação
Faixas foram colocadas em frente ao fórum na época do julgamento do caso, em 2019. Foto: Tribunal de Justiça / Divulgação / Divulgação

Depois de mais de um mês foragido, o ex-policial militar Alexandre Camargo Abe, condenado a 18 anos de prisão pela morte do boxeador Tairone Silva, se apresentou às autoridades. Ele está detido no Presídio Policial Militar de Porto Alegre desde o último sábado (7).

Abe foi sentenciado por homicídio duplamente qualificado de Tairone Silva, que tinha 17 anos e era visto como uma promessa do boxe gaúcho. O crime ocorreu em Osório, no Litoral Norte, em 2011, quando Alexandre ainda integrava a Brigada Militar (BM).

Conforme a denúncia do Ministério Público, Alexandre matou o jovem a tiros após confrontá-lo na rua. Após o crime, Abe foi expulso da BM. 

Apesar da condenação prever cumprimento de pena em cadeia comum, a defesa de Abe alegou que ele decidiu se apresentar no presídio militar devido ao risco de um ex-brigadiano cumprir pena ao lado de membros de facções criminosas. 

Os advogados informaram que haviam solicitado na Justiça a transferência de presídio, mas o pedido não foi julgado enquanto ele estava foragido. A defesa conseguiu, então, um ofício da direção do Presídio Militar de Porto Alegre, que confirmava a possibilidade de receber o ex-brigadiano, alegando que há três casos semelhantes no local. 

O advogado de Alexandre Abe, Rodrigo Grecellé, também afirma que está recorrendo da condenação no Superior Tribunal de Justiça.

Por sua vez, o advogado Carlos Lisboa, representante da família de Tairone Silva, manifestou o desejo dos parentes por uma explicação da Brigada Militar sobre o motivo de Abe ter sido recebido no presídio militar sem determinação judicial para tal.

O homicídio

Segundo o Ministério Público, em 11 de março de 2011, o boxeador passava em frente à residência do PM, que morava na mesma rua, quando foi chamado por ele, porém seguiu caminhando. A denúncia do MP diz que Abe "passou a acompanhá-lo, na mesma direção pela calçada, e sacou da cintura uma pistola Taurus". Depois, atirou e atingiu o rapaz duas vezes.

Ainda conforme o MP, o motivo do crime seria a intolerância do réu com um grupo de jovens que se reunia com Tairone nas proximidades de sua casa. À época do julgamento do caso, em 2019, testemunhas alegaram que Abe havia reclamado disso várias vezes. A investigação apurou que o policial já havia proferido ameaças ao adolescente.

Para a promotoria, o assassinato também estava ligado ao "sentimento de inveja e frustração de não impor o bastante sua condição de policial à vítima, que tinha projeção nacional dentro do esporte que praticava". A promotoria também afirmou que "tais sentimentos teriam aflorado com o fato de a vítima não ter atendido seu chamado e, em represália, sentindo-se ultrajado e desprezado, efetuou os disparos fatais, impedindo qualquer espécie de reação".

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