Bairrismo à parte, os números de 2024 mostram que o braço gaúcho da Polícia Federal é destaque nacional em alguns tipos de ações. Lidera o ranking, no país, de operações contra o trabalho escravo e contra a lavagem de dinheiro, por exemplo. Os números são do Ministério da Justiça e foram obtidos pela coluna.
Foram 37 ações contra lavagem de dinheiro no ano passado e 26 contra trabalho escravo. Além disso, os policiais federais gaúchos estão no topo do ranking de operações conjuntas com outros órgãos de fiscalização e segurança do país: fizeram 67 ações desse tipo, das 729 realizada no Brasil no ano passado.
No ranking de prisões temporária e preventivas pedidas pela PF e deferidas pelo Judiciário, os gaúchos estão em terceiro lugar, com 151. E no de operações relacionadas a áreas de fronteira também estão em terceiro, com 67 incursões deste tipo em 2024.
Dentre as 20 unidades da PF (delegacias ou postos) que mais deflagraram operações, duas são do Rio Grande do Sul: a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (Deleciber) e a delegacia de Passo Fundo, no norte do Estado.
A boa performance gaúcha não é de hoje. Em 2020, os policiais federais do Rio Grande do Sul foram considerados os mais eficientes dentre as 27 superintendências regionais da PF. O levantamento foi baseado no Índice de Produtividade Operacional (IPO), que leva em conta um cálculo que compara as atividades profissionais com o tamanho do efetivo funcional, fatores geográficos e, também, atividades administrativas. Entre os fatores dimensionados estão esforço operacional, retorno e resolutividade em investigações, prisões, indiciamentos, resgates de vítimas, recuperação de bens fruto de crime e identificação de criminosos.
Tudo isso se soma a um outro fato curioso: em dois anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, 26 dos 27 chefes regionais da PF foram substituídos. O único que permanece no cargo, desde o governo Bolsonaro, é o do Rio Grande do Sul, delegado Aldronei Pacheco Rodrigues. Ele ocupa a função desde junho de 2021.
Aldronei é velho conhecido do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Os dois são gaúchos e trabalharam juntos na Delegacia Fazendária em Porto Alegre, que lida muito com sonegação e desvios de verbas.
É animador saber que o superintendente de um Estado que não é dos maiores do país permanece, até o momento, sem ser atingido pela dança das cadeiras que costuma ocorrer a cada mudança de governo.
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