Juro, guerra comercial e estiagem estão na pauta econômica do momento e tem forte impacto na indústria gaúcha. Confira entrevista com o economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Giovani Baggio.
Qual é a capacidade de a indústria gaúcha retomar sua antiga pujança, pois vem nos últimos anos entre os piores desempenhos do país?
Costumamos dizer que, quando vão disputar uma maratona, os empresários do Rio Grande do Sul já saem com algumas pedras na mochila. É o peso que outros Estados não têm, como problemas logísticos e de clima. Em 20 anos, o PIB industrial cresceu 2%. A produção industrial do IBGE está estagnada. Cresce um mês, cai no outro. Mas temos segmentos que são destaques, como o moveleiro, de celulose e de máquinas agrícolas. E a indústria calçadista tem espaço para aproveitar a taxação dos Estados Unidos aos países asiáticos.
Qual a aposta da Fiergs para a Selic?
Não mudou. Desde o final do ano passado, nossa projeção era de fechar 2025 em 14,75%. O mercado que convergiu agora depois de ter exagerado um pouco na dose.
Mas para agora, com alta de 0,5 ponto, ou serão duas de 0,25 ponto percentual?
A nossa aposta é de que saia mais uma alta de 0,5 e pare por um bom tempo neste patamar. A provável desaceleração da economia mundial e o enfraquecimento do dólar tem ajudado no combate à inflação.
E mudou a previsão para o PIB?
Para Brasil, mantivemos 2,1% de crescimento. Agro vem um pouco melhor e serviços e indústrias um pouco pior. Para Rio Grande do Sul, fizemos uma revisão forte, tiramos mais de um ponto percentual. O esperado de 3,3% passou a 2,2% com reflexos da estiagem. O agro cresceria mais de 2% e agora prevemos queda de mais de 5%. Com isso, indústria teve ajuste um pouquinho para baixo e os serviços também.
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