A Delegacia de Combate à Intolerância cumpriu, na manhã desta quinta-feira (13), dois mandados de busca e apreensão nos endereços ligados ao formando Vinícius Krug de Souza. As ações ocorreram em Porto Alegre e Novo Hamburgo, onde foram apreendidos celulares e computadores.
Segundo a delegada Tatiana Bastos, os equipamentos passarão por análise pericial, dentro da investigação que apura se houve apologia ao nazismo durante a formatura dele, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Até o momento, nenhum dado foi extraído dos computadores.
A defesa do formando afirma que "Vinícius jamais fez apologia ao nazismo ou qualquer ideologia extremista, sendo vítima de um equívoco interpretativo" (leia íntegra abaixo).
O formando alegou que se tratava de um símbolo do hinduísmo e negou que os desenhos fizessem referência ao nazismo.
Relembre o caso
Vinícius ainda com a suástica no rosto (à direita), antes da cerimônia de formatura. Foto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
De acordo com nota divulgada pela UFRGS, o formando do curso de Engenharia de Minas chegou à cerimônia com desenhos semelhantes a suásticas pintados na testa e nas bochechas.
Ainda segundo a instituição de ensino, assim que a situação foi identificada, o vice-reitor e o coordenador de segurança informaram ao estudante que ele não poderia colar grau com a pintura no rosto.
A suástica é conhecida como um emblema nazista, e fazer apologia ao nazismo é crime no Brasil.
Internamente, a UFRGS discute providências a serem tomadas sobre a emissão do diploma do estudante.
O que diz a defesa do formando
"Os advogados Jader Santos e Olga Popoviche, constituídos para a defesa de Vinícius Krug de Souza, vêm a público se manifestar sobre o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado na residência de seu cliente na presente data.
Desde o início das investigações, a defesa se colocou à disposição para colaborar com as autoridades policiais, tendo manifestado formalmente a intenção de entregar voluntariamente os equipamentos eletrônicos de Vinícius para análise, caso fosse do interesse da investigação. Na última semana, comparecemos pessoalmente à Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância para efetuar essa entrega, mas não fomos atendidos pela autoridade policial responsável nem obtivemos formalização desse compromisso nos autos do inquérito.
Apesar dessa circunstância, a defesa não se opõe ao cumprimento do mandado de busca e apreensão, pois tem plena confiança de que as investigações demonstrarão a total inexistência de qualquer elemento que justifique um indiciamento.
Reiteramos que Vinícius jamais fez apologia ao nazismo ou qualquer ideologia extremista, sendo vítima de um equívoco interpretativo amplificado por setores que, sem compromisso com a verdade, distorceram os fatos e lançaram acusações infundadas contra ele. O próprio conjunto probatório que vem sendo reunido demonstrará que seu histórico, posicionamento e círculo social são totalmente incompatíveis com qualquer vinculação a movimentos de extrema-direita ou ideologias nazistas.
A defesa permanece acompanhando o desenrolar das investigações e confia que a análise técnica e isenta das autoridades competentes conduzirá à correta elucidação dos fatos, evitando qualquer medida precipitada ou injusta contra Vinícius.
Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais."
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