Réu negou participação no crime de jovem indígena kaingang na TI Guarita em Redentora

O julgamento de Dieison Corrêa Zandavalli, acusado pelo estupro e feminicídio da adolescente indígena Daiane Griá Sales, ocorrido em agosto de 2021, entrou na fase final nesta sexta-feira (14). Após a oitiva de testemunhas e o interrogatório do réu, realizado na noite de quinta-feira, 13, o júri segue com os debates entre acusação e defesa antes da votação dos jurados.

Durante seu depoimento, Zandavalli respondeu apenas às perguntas formuladas por suas advogadas e pelos jurados, por meio de questionamentos escritos. Ele afirmou ter conhecido Daiane na quinta-feira anterior ao crime e disse que os dois consumiram bebidas alcoólicas, chegando a trocar beijos. No entanto, alegou que a deixou em um bar no distrito de São João e negou qualquer envolvimento na morte da adolescente.

O réu também declarou que não sabia que Daiane era menor de idade e ressaltou que mantinha contato frequente com a comunidade indígena, pois realizava serviços de transporte para os moradores. Ele afirmou que, na noite do crime, esteve na barragem para consumir drogas e só retornou na manhã de domingo.

Além disso, Zandavalli disse ter sido pressionado a confessar o crime, alegando que um dos policiais afirmou que seu “companheiro já havia entregado tudo” e que teria sido confrontado com imagens do corpo da vítima. O acusado ainda relatou ter sofrido agressões físicas e verbais durante a prisão.

Sentença deve ser anunciada hoje

Com os depoimentos concluídos, o julgamento entra na fase de debates, em que acusação e defesa terão 1h30min cada para apresentar seus argumentos.

Após essa etapa, os jurados se reúnem em sala secreta para votar se o réu é culpado ou inocente das acusações. A expectativa é de que o veredicto seja anunciado ainda nesta sexta-feira.