O delegado Humberto Roehrig, responsável pelas investigações do caso da morte de uma recém-nascida no município de Sério, ocorrido no dia 13 de setembro de 2024, concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Independente nesta segunda-feira (20).
De acordo com ele, o processo de diligências teve início logo após a Polícia Civil ser acionada, quando a mulher deu entrada no Hospital de Estrela em trabalho de parto. Como não havia o feto, os profissionais da saúde estranharam a situação e acionaram a polícia.
Conforme o relato inicial do casal, a mulher teria perdido o bebê e, posteriormente, o pai levado o corpo até uma área de mata no município. O corpo foi localizado pelos policiais. "A criança foi enrolada junto ao lixo do banheiro e colocada em fogo. No entanto, não queimou totalmente, apenas a lateral", afirmou o delegado.
Segundo Roehrig, o corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Geral de Perícias, que concluiu, na semana passada, que a causa da morte foi um corte na região do pescoço. Após esse resultado, a mulher "nega e diz não lembrar de nada. Já o rapaz não quer se pronunciar", destacou o delegado.
Sobre a pressão psicológica, Roehrig detalhou que o relacionamento do casal era tóxico. "Uma das razões para ela não querer a criança era o fato de o rapaz não querer ser pai. Ele constantemente a incentivava a abortar, procurando meios de fazê-lo. Ele ainda a ameaçava dizendo que iria abandoná-la", contou.
O caso já foi encaminhado ao poder judiciário, e o Ministério Público apresentou denúncia ainda nesta segunda-feira. Na sequência, o caso deve ir a júri popular. A pena máxima pode chegar 45 anos e 8 meses de reclusão.
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