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Presa por suspeita de envenenar bolo em Torres pesquisou arsênio na internet, diz Justiça

06/01/2025 às 14h00
Por: Depto de Jornalismo . Fonte: Gaúcha ZH
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Deise (E) é nora de Zeli Teresinha dos Anjos (D). Foto: Reprodução / Reprodução
Deise (E) é nora de Zeli Teresinha dos Anjos (D). Foto: Reprodução / Reprodução

A mulher presa por suspeita de envenenar um bolo que causou a morte de três pessoas em Torres, Deise Moura dos Anjos, fez pesquisas na internet sobre arsênio antes do caso, confirmou à RBS TV o Tribunal de Justiça (TJ). De acordo com o TJ, um relatório preliminar dos dados extraídos do telefone mostra que houve "busca na internet, inclusive no Google shopping, pelo termo arsênio e similares".

A reportagem apurou também, junto à Polícia Civil, que a mulher fez pesquisas sobre a substância antes do caso, em novembro. A investigação segue em andamento, e a motivação não foi informada pelos investigadores porque, segundo a polícia, isso pode atrapalhar a investigação.

O envenenamento por arsênio foi a causa da morte de três mulheres da mesma família após comerem o doce, em 23 de dezembro de 2024.

Deise é nora de Zeli dos Anjos, que preparou o bolo. Ela foi presa temporariamente no domingo (5) por suspeita de ser a responsável pelo crime. A mulher está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.

A prisão tem validade de 10 dias — prazo que deve ser usado pela polícia para concluir a investigação. A defesa de Deise informou, na segunda-feira (6), que prestou atendimento em parlatório à cliente e não teve acesso integral à investigação em andamento.

Veneno na farinha

De acordo com Marguet Mittman, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a fonte da contaminação foi a farinha usada para fazer o bolo consumido pelas vítimas.

— Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas. Tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior — diz Marguet.

De acordo com Marguet, foram coletadas 89 amostras na casa da mulher que fez o bolo. Uma amostra, de farinha, apresentou a concentração de arsênio.

"Intenção de cometer crime", diz polícia

O delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pela investigação, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda de que são "robustas as provas que apontam que ela (Deise Moura dos Anjos) é a autora (dos crimes)". No entanto, não divulgou detalhes das provas, inclusive o motivo para o crime, porque isso pode atrapalhar a investigação.

— Ela teve a intenção de cometer o crime. Foi um crime doloso — afirma o delegado Veloso.

A Polícia Civil investiga, ainda, quem era o alvo de Deise ao envenenar o bolo, como ela obteve arsênio e em que momento ele foi colocado na farinha.

Os envenenados

As três pessoas que morreram após consumir o bolo são: as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.

De acordo com o último boletim médico, a mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, de 61 anos, está hospitalizada em estado estável. A criança de 10 anos que também comeu o bolo recebeu alta na sexta-feira.

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