Focado na carreira, comprometido com os estudos e um filho exemplar. É assim que familiares de Joarles Wildelany dos Santos Silva, descrevem o policial militar que morreu afogado na Praia do Rosa, em Imbituba, no litoral catarinense.
Desde 2018 ele atuava no 36º Batalhão da Polícia Militar de Farroupilha, na Serra Gaúcha. O acidente que causou a morte de Silva aconteceu durante as férias do policial. Ele viajou para SC acompanhado da namorada, Nailane Hoffelder. O casal celebrou os aniversários de ambos, que ocorreram em 6 e 8 de outubro, quando completaram 27 anos.
O policial foi visto pela última vez no dia 19, quando banhistas da Praia do Rosa viram o casal se afogando. Nailane foi resgatada por um surfista. Já Silva submergiu na água e ficou desaparecido por oito dias.
Bombeiros Militares de Imbituba (SC), atuaram nas buscas pelo policial, que foi encontrado nesta terça-feira (29) na praia do Porto de Imbituba. O corpo será levado para Bahia, onde a mãe da vítima reside. Os custos do translado foram parcialmente custeados por uma vaquinha, feita por um policial que era colega de Silva.
Silva era natural de Brasília, no Distrito Federal (DF). Filho de mãe solo, se dedicou por anos aos estudos para realizar o sonho de ser policial. A prima Rosecleia Silva conta que Jojô, como era conhecido na família, veio para o Rio Grande do Sul após ser aprovado em um concurso.
Mesmo distante fisicamente da família, ele mantinha contato regular, sempre demonstrando o desejo de retornar para o Distrito Federal. Silva prestou concurso para a polícia militar de Brasília. Contudo, acabou reprovando em uma prova de nado.
— Ele aprendeu a nadar recentemente, quando fez o teste. No dia que saiu o resultado ele me ligou chorando, pedindo desculpas por não ter passado e não poder voltar para casa. O Jojô queria muito voltar para Brasília e ficar perto da gente – conta a prima Rosecleia.
O reencontro dos primos estava marcado para acontecer no final de outubro. Silva tinha viagem marcada para a Capital Federal nesta quarta-feira (30). Lá, iria se encontrar com Rosecleia e partir para a Bahia, onde deveria visitar a mãe e prestar homenagens pelo Dia de Finados ao avô e tio falecidos.
Personalidade inspiradora e estimulador de sonhos
Depois do acidente no litoral catarinense, Rosecleia conta que foi surpreendida por diversas mensagens de amigos e conhecidos de Silva. Todos relatando momentos de apoio e incentivo do policial militar:
— Era do perfil dele ser assim, sempre incentivando os outros em relação ao estudo. Quando eu abri meu negócio aqui em Brasília, ele também me ajudou. Entre amigos, família, o Jojô sempre foi muito de ajudar, muito solícito — relembra.
Nailane descreve o namorado como “uma pessoa inspiradora, batalhadora, carismática, do coração maior que o mundo”. Ela conta que Silva também costumava incentivá-la para buscar novos planos e metas.
— Ele tinha muitos planos para o futuro, era estudioso e muito dedicado. Ele sempre foi impulsivo, tinha vontade de viver como nunca. Amava fazer trilhas e amava o mar. Os dias que passamos na Praia do Rosa antes do acidente foram os melhores e mais felizes que já tive. Ele fazia eu me sentir única. O Jô serviu e servirá de inspiração para muita gente — se emociona.
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