Integrante de facção morre após confronto com a BM em condomínio na capital gaúcha

Uma ação policial terminou em confronto na noite desta terça-feira (3) no condomínio Princesa Isabel, conhecido como Carandiru, na área central de Porto Alegre. Conforme a Brigada Militar (BM), um homem morreu após ser baleado e outro foi preso.

De acordo com a corporação, por volta das 20h45min, uma guarnição do 19º BPM avistou um Volkswagen Fox cinza que havia sido utilizado em um homicídio no domingo. O automóvel estava na avenida Bento Gonçalves, tripulado por quatro homens armados. No momento da abordagem, eles fugiram e entraram de carro no condomínio Princesa Isabel.

No local, um grupo de moradores impediu a passagem da viatura, o que forçou uma incursão a pé dos PMs no condomínio. Ali, os fugitivos desembarcaram com armas em punho e fugiram pelo interior da estrutura.

Dois dos suspeitos subiram no telhado do local, onde houve nova tentativa de abordagem. Um deles foi baleado após apontar a arma na direção de um PM, que respondeu a tiros. O outro, acabou sendo preso.

O homem ferido chegou a ser transportado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiu e morreu durante atendimento. Ele portava uma pistola calibre 9 milímetros, que é uma arma de uso restrito. Os antecedentes dele somam registros por tráfico e associação criminosa.

Já o segundo criminoso, foi detido com um revólver calibre .38. Ele tem passagens por receptação. A BM aponta que ambos, tanto o preso como o bandido que morreu, integravam o grupo criminoso que domina o tráfico no local.

Por fim, após o ocorrido, moradores do condomínio Princesa Isabel hostilizaram e agrediram a guarnição. Pedras e outros objetos foram arremessados, o que gerou dano em viaturas. Uma policial chegou a ser atingida, mas não sofreu lesões porque o artefato bateu no colete balístico dela.

Entenda o tráfico no Carandiru

O condomínio tem sido alvo de diversas operações policiais nos últimos anos. Segundo a polícia, uma organização criminosa utiliza o local para o tráfico de drogas, ocupando apartamentos ou coagindo moradores a guardarem armas e drogas. O grupo criminoso movimenta quase R$ 1 milhão por mês com o tráfico de drogas. A quadrilha seria ligada a uma facção com base no Vale do Sinos, mas que também tem ramificações na Capital.

O esquema seria comandado por uma mulher de 50 anos, conhecida como Tina. Ela foi presa em julho, quando se escondia em uma casa de alto padrão no Rio de Janeiro.

Tina é prima do falecido criminoso 'Xandi', que era tido como líder maior do tráfico no Carandiru. Ele foi morto a tiros em 2015, em Tramandaí, no litoral Norte.

A mulher também é ex-esposa de Gambini, considerado um dos fundadores da facção e sucessor de Xandi. Ele teria sofrido um infarto, em novembro de 2022, morrendo enquanto cumpria pena na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).

Após as mortes do primo e do ex-marido, a posição de liderança do grupo criminoso no Carandiru ficou vaga. Por isso a viúva assumiu o comando do tráfico ali, ao lado da filha e do genro, que também são alvo de investigação.