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Dona de clínica que aplicava vacinas vazias ou vencidas é condenada a sete anos de prisão no RS

24/05/2022 às 17h17
Por: Depto de Jornalismo . Fonte: Gaúcha ZH
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Novo Hamburgo, Guilherme Machado da Silva, condenou a enfermeira Luciana Sandrini Rihl a sete anos e seis meses de prisão, em regime inicialmente fechado. Proprietária da clínica Vacix, que funcionava na cidade do Vale do Sinos, ela foi denunciada pelo Ministério Público em 2018 por vender e aplicar vacinas sem eficácia ou vencidas. A mulher chegou a ser presa, mas foi solta dias depois.

Conforme a denúncia da promotora Roberta Gabardo Fava, entre 21 de agosto de 2017 e 14 de fevereiro de 2018, ela vendeu vacinas com valor terapêutico reduzido, de procedência ignorada e até mesmo fora do prazo de validade. A condenação é pelo crime de estelionato.

"As circunstâncias dos delitos são extremamente desfavoráveis, tendo a ré buscado aumentar seus ganhos em detrimento da saúde das vítimas, de forma vil. As consequências dos crimes também são negativas, tendo a condenada colocado em risco a integridade física das vítimas, além de todo o abalo emocional aos adultos e aos genitores das crianças, sem contar a necessidade da realização de exames para verificar se não haviam contraído alguma doença com a falsa imunização e necessidade de buscar a repetição das aplicações", ressalta o juiz na sentença.

Conforme a denúncia, Luciana obteve vantagem ilícita no valor de R$ 17,6 mil pagos por 50 clientes. Ainda de acordo com o MP, como as vacinas estavam em falta no mercado e ela também não as tinha.

Quando os clientes iam receber as doses, Luciana entrava na sala de aplicação, pegava embalagens de recipientes vazios, não apresentava a caixa e usava a seringa sem misturar o diluente com o pó na frente do cliente. Depois do procedimento, a enfermeira jogava rapidamente a seringa e o recipiente no lixo rotulado como infectado, o que impedia qualquer conferência posterior pelo cliente. As vacinas oferecidas eram contra febre amarela, meningite meningocócica, febre tifoide, hepatite A, entre outras.

Foram identificadas durante a investigação 12 crianças e 38 adultos vítimas do esquema. A clínica não tinha os registros obrigatórios de vacinação.

GZH entrou em contato com o advogado Luiz Gustavo Puperi, que disse que vai se manifestar assim que analisar a sentença.

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