A Associação dos Municípios da Região Celeiro – Amuceleiro, através de seu presidente e prefeito de Braga, Carlos Vigne (Nei), se posicionou favorável à proposta do governo do Estado em delegar às regionais Covid e prefeitos, uma maior autonomia para regrar os protocolos referentes às bandeiras do plano distanciamento controlado do Rio Grande do Sul.
Em ofícios encaminhados na tarde desta quinta-feira (30), ao governador, Eduardo Leite, e ao presidente da Famurs, Maneco Hassen, a Amuceleiro afirma que o modelo de distanciamento controlado no RS se mostrou muito eficiente para o monitoramento e controle do avanço da pandemia de Covid-19, mas que o momento pede um olhar mais minucioso e atento às características de cada região.
A Amuceleiro ainda enfatiza que o sistema imposto pelo protocolo da bandeira vermelha, por exemplo, mostra-se ineficaz em regiões interioranas e municípios com diminuto número de habitantes, pois não traz impacto na redução da circulação de pessoas, já que as restrições impostas atingem um inexpressivo número de estabelecimentos, representando, segundo a associação “muito mais uma penalidade econômica do que uma medida de segurança sanitária”.
Após estarem pela quarta semana consecutiva com restrições impostas pelo protocolo da bandeira vermelha, a microrregião COVID 15 e 20 (regional de Palmeira das Missões, integrada por 12 municípios da Amuceleiro) conclui que são as pequenas e médias empresas as mais atingidas pelas restrições e que não se tratam de locais com potencial de propagação do vírus, sobretudo por se tratarem de espaços pequenos, com poucos funcionários e baixo fluxo de clientes.
Em contrapartida, são estabelecimentos que dificilmente sobreviverão caso as restrições continuem de forma direcionada por mais tempo. Os prejuízos serão irreversíveis e estes estabelecimentos são fonte de subsistência de significativa parcela da população. Hoje, aqueles que ainda bravamente resistem de portas abertas, já encontram severas dificuldades para pagamento das despesas básicas como aluguel, água, energia elétrica, alimentação e demais.
Diante de todos estes fatos, a Amuceleiro entende que é necessária uma adequação urgente do modelo de distanciamento social controlado, motivo pelo qual se posiciona favorável à proposta apresentada pelo governo do Estado, no dia 27 de julho, e que foi encaminhada à Famurs.
A Amuceleiro destacou que esta foi uma decisão unânime, dos 21 municípios que integram a associação, através de consulta realizada em assembleia virtual, no último dia 24, e que foi acompanhada de forma exclusiva pelo Sistema Alto Uruguai de Comunicação.
Os municípios que integram a Amuceleiro solicitaram urgência na implementação de um modelo alternativo e híbrido, visando a criação de gatilhos, para que a economia não seja mais estagnada.
Uma vez acatada a proposta de modificação do modelo, a Amuceleiro pede que a decisão semanal possa ser tomada por órgão colegiado formado por representantes dos municípios que compõem a Microrregião COVID, que formará comitê técnico para avaliação da realidade local.
Dentro do modelo sugerido, a associação manifesta que a necessidade de concordância de todos os prefeitos, de forma expressa, dentro de 48 horas, torna-se inviável na prática em razão do grande número de municípios em determinadas regiões.
A Amuceleiro ainda informou que tem acompanhado e compilado de forma minuciosa os dados constantes dos boletins epidemiológicos municipais que demonstram, por exemplo, que a região está com a taxa de letalidade abaixo da média do Estado.
Por fim, informou que tem feito parceria com universidades para ampliar a testagem da população, e isso não pode ser interpretado de forma negativa quando da avaliação dos indicadores, pois quanto mais se é testado, mais condições de avaliar, monitorar e criar as ações de enfrentamento da pandemia.
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